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Reading: Pai Nosso na Tradição Judaica
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Oração

Pai Nosso na Tradição Judaica

A Oração do Senhor é única ou compartilha semelhanças significativas com outras orações judaicas?

Rafael Manoeli
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O “Pai Nosso”, também conhecido como “a oração que o Senhor nos ensinou”, é a mais icônica e querida oração da cristandade, rezada por milhões de pessoas de diferentes denominações e culturas. As suas palavras, encontradas em Mateus 6:9-13 e em Lucas 11:2-4, ressoam com profunda simplicidade, porém profundamente teológicas. Entretanto, apesar da sua centralidade na adoração (no culto) cristão, muitos podem se surpreender ao aprender que o “Pai Nosso” provém de tipos familiares de oração e de temas teológicos judaicos. Ao examinar seus paralelos conceituais e linguísticos com as orações judaicas, nós descobrimos um rico bordado feito de espiritualidade compartilhada que une Cristandade e Judaísmo. Esta ressonância não somente ilumina as origens da oração, como também nos convida a apreciar as profundas conexões entre as duas fés.

O “Pai Nosso” e seu núcleo teológico

O “Pai Nosso” é uma oração concisa, porém compreensível, que sintetiza temas-chave da teologia cristã: a soberania, provisão, perdão e proteção de Deus. O texto, conforme registrado em Mateus 6: 9-13, diz:

“Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu Nome, venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje e perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.”

Em sua essência, a oração gira em torno de duas imagens centrais de Deus: Pai e Rei. Este duplo papel – Deus como um pai amoroso e um soberano regente – moldam as petições da oração, as quais buscam orientação divina, sustento, perdão e libertação. Esta estrutura teológica não é única no Cristianismo, porém encontra paralelos impressionantes na liturgia judaica, especialmente no conceito de Avinu Malkeinu (אָבִינוּ מַלְכֵּנוּ – “Nosso Pai, Nosso Rei”). Esta frase, central na oração judaica, especialmente nos dias altamente sagrados de Rosh Hashanah e Yom Kippur, engloba a dualidade igualitária do cuidado íntimo (familiar) de Deus e Sua autoridade majestática.

Avinu Malkeinu: Um Paralelo Conceitual

A frase “Avinu Malkeinu” é mais que um título poético, ela é uma pedra angular teológica na liturgia judaica. Ela aparece uma série de oração de súplica rezadas durante os Dias de Reverência, onde a comunidade coletivamente se dirige a Deus tanto como um pai compassivo e um rei justo. A oração Avinu Malkeinu inclui pedidos de perdão, proteção, provisão e a santificação do nome de Deus – pedidos que espelham a estrutura e conteúdo do “Pai Nosso”.

Por exemplo, uma linha de Avinu Malkeinu diz:

“Avinu Malkeinu, selach u-mechal l’chol avonoteinu.”
(אָבִינוּ מַלְכֵּנוּ סְלַח וּמְחַל לְכָל חַטֹּאתֵינוּ)

“Nosso Pai, nosso Rei, perdoa e desculpa todos os nossos pecados”.

Esta súplica por perdão é muito parecida com a petição no “Pai Nosso”: “E perdoa nossas dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores”. Ambas as orações reconhecem a fraqueza humana e procuram a misericórdia divina, enfatizando o relacionamento recíproco, onde perdão de Deus é unido ao perdão humano para com os outros. Similarmente o Avinu Malkeinu inclui pedidos por sustento e proteção, tal como: “Avinu Malkeinu, zochreinu l’chayim” (אָבִינוּ מַלְכֵּנוּ זָכְרֵנוּ לְחַיִּים) – “Nosso Pai, nosso Rei, lembra-te de nós para toda a vida.

.Isto ecoa a súplica no “Pai Nosso” pelo “pão nosso de cada dia” e livramento de todo o mal, refletindo uma igual confiança na provisão e na proteção divinas. A dupla invocação de Avinu (Pai) e Malkeinu (Rei) na liturgia judaica é paralela à invocação do “Pai Nosso” a Deus como um pai celestial cujo nome é santificado e cujo reino é almejado. Ambas as tradições enfatizam a transcendência de Deus (que estás nos céus) e a imanência (um cuidado paternal pelas necessidades humanas). Este alinhamento conceitual sugere que “Pai Nosso” não é uma inovação cristã isolada, mas uma oração profundamente enraizada no entendimento judaico da natureza de Deus. Historicamente, a oração Avinu Malkeinu desenvolvida após o tempo de Jesus (suas primeiras referências aparecem com o Rabino Akkiva no início do I – II séculos da era comum). Entretanto, enquanto o tema teológico é autenticamente judaico e antecede à cristandade, a forma litúrgica específica aparece depois.

A Amidah (Oração feita em Pé)

Além do Avinu Malkeinu, o “Pai Nosso” compartilha similaridades linguísticas e temáticas com outras orações judaicas, tais como a Amidah (a oração que é feita em pé) e a Birkot HaShachar (Bênçãos da Manhã). Estas orações, centrais tanto para o culto diário judaico bem como para os dias festivos, fornecem mais evidências da ancestralidade litúrgica do “Pai Nosso”.

A Amidah (הַעֲמִידָה), também conhecida como Shemoneh Esrei (שְׁמוֹנֶה עֶשְׂרֵה — dezoito bênçãos), é a coluna vertebral do serviço judaico na sinagoga e é orada três vezes por dia. Suas petições cobrem temas como santificação, regras divinas, perdão e proteção – elementos centrais do “Pai Nosso”. Por exemplo, uma das bênçãos da Amidah diz:

“Nekadesh et shimcha ba’olam, k’shem shemakdishim oto bishmei marom.”
(נַקְדִּישׁ אֶת שִׁמְךָ בָּעוֹלָם, כְּשֵׁם שֶׁמַּקְדִּישִׁים אוֹתוֹ בִּשְׁמֵי מָרוֹם)

“Nós santificaremos o teu nome neste mundo, assim como ele é santificado nas alturas nos céus.”

Este paralelo se aproxima muito do “Pai Nosso”, onde diz: “santificado seja o teu nome”, refletindo o desejo conjunto de honrar a santidade de Deus tanto nos reinos celestial e terrestre.

Outra bênção da Amidah pede pelo reino de Deus:

“M’loch al kol ha’olam kulo bichvodecha” (מְלֹךְ עַל כָּל הָעוֹלָם כֻּלּוֹ בִּכְבוֹדֶךָ)

“Reine sobre todo o mundo em tua gloria.”

Isto ressoa com “Venha a nós o teu reino”, expressando um desejo pela soberania universal de Deus. A Amidah também inclui pedidos de sustento e perdão, reforçando a sobreposição estrutural e temática com “Pai Nosso”.

Bênçãos Matinais (Birkot HaShachar)

A Birkot HaShachar (בִּרְכוֹת הַשַּׁחַר), rezadas diariamente por judeus praticantes, inclui expressões de gratidão e súplica que fazem eco ao “Pai Nosso”. Uma bênção pede proteção contra a tentação e o mal:

“V’al tvi’einu lo l’ydei chet, v’lo l’ydei averah v’avon, v’lo l’ydei nissayon… v’al yishlot banu yetzer hara.”
(וְאַל תְּבִיאֵנוּ לֹא לִידֵי חֵטְא, וְלֹא לִידֵי עֲבֵרָה וְעָוֹן, וְלֹא לִידֵי נִסָּיוֹן… וְאַל יִשְׁלֹט בָּנוּ יֵצֶר הָרָע)

„Não nos coloque sob o poder do pecado, da transgressão, da iniquidade, da tentação… e não permita que a inclinação ao mal nos governe.

Esta petição assemelha-se impressionantemente ao “Pai Nosso”, em sua súplica “não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”. Ambas as orações reconhecem a propensão humana para a falência moral e procura orientação divina para evitar armadilhas espirituais. A linguagem compartilhada ressalta uma preocupação teológica comum: a necessidade da intervenção de Deus para lidar com os desafios da existência humana. Estes paralelos demonstram temas e expressões compartilhados em vez de diretamente emprestados. A proximidade linguística reflete a cultura de oração do judaísmo antigo, que valorizava súplicas breves, memorizadas e comunitárias.

Contexto Histórico e Cultural

As raízes judaicas do “Pai Nosso” são ainda mais esclarecidas pelo seu contexto histórico. Jesus, um mestre judeu do primeiro século, proferiu esta oração para seus discípulos em um contexto judaico imerso nas tradições litúrgicas da sinagoga e do Templo. Os Evangelhos apresentam o “Pai Nosso” como parte dos ensinamentos de Jesus sobre oração (Mateus 6: 5-15 e Lucas 11:1-4), provavelmente, sua intenção era orientar seus seguidores de uma maneira compatível com as práticas devocionais judaicas. A brevidade e estrutura da oração alinham-se com as orações concisas e memorizadas comuns na liturgia judaica, tais como o Kaddish ou o Avinu Malkeinu, as quais eram utilizadas como orações comunitárias.

O Kaddish (קַדִּישׁ), outra oração judaica significante, também compartilha elementos temáticos com o “Pai Nosso”.  Embora seja principalmente uma doxologia que louva o nome de Deus, o Kaddish inclui petições pelo estabelecimento do reino de Deus:

“Yitgadal v’yitkadesh shmei raba… v’yamlich malchutei”
(יִתְגַּדַּל וְיִתְקַדַּשׁ שְׁמֵהּ רַבָּא… וְיַמְלִיךְ מַלְכוּתֵהּ)

“Magnificado e santificado seja o teu grandioso nome… que Ele estabeleçã o seu reino.”

Isto ecoa o foco do “Pai Nosso” na santificação do nome de Deus e na oração pelo seu reino. Apesar de o Kaddish não ser a fonte direta do “Pai Nosso”, ele compartilha a ênfase na santificação e soberania divinas, que destacam o ambiente litúrgico judaico, do qual a emergiu “a oração que o Senhor nos ensinou”. O Kaddish antecede a redação final da “Oração do Senhor”, mas não necessariamente em forma idêntica. Ambos provavelmente refletem temas teológicos compartilhados no judaísmo do século I, sem que um tenha sido copiado diretamente do outro.

Uma Ponte entre Tradições

O “Pai Nosso” é um guia divino para a alma aproximar-se de Deus, repleto de esperança desde sua primeira palavra. Ele nos ensina a chegar diante do Divino com o coração confiante de uma criança e a reverência de um súdito leal. Ao dirigirmo-nos a Deus como “Pai Nosso”, estamos reivindicando o nosso lugar em Sua família, confiantes em seu cuidado íntimo e amoroso. Ao declararmos santificado o seu nome e reino, ancoramos nossa esperança em Sua autoridade final e vontade perfeita, na confiança que a Sua bondade prevalecerá.

Esta oração, então, guia nossa dependência esperançosa. Ao perguntar pelo “pão nosso de cada dia”, nós aprendemos a confiar na Sua provisão fiel, abandonando as ansiedades do amanhã. Ao procurarmos perdão, embraçamos a esperança libertadora de um novo começo e de um coração tranquilo. Suplicando pela libertação do mal, colocamos nossa mão na Dele, confiantes que Ele é nosso guia e protetor.

Por isso, esta oração é mais que palavra: ela é um convite a um relacionamento esperançoso. Ela nos assegura, que somos ouvidos, somos cuidados e nunca estamos sozinhos. Em suas linhas atemporais, encontramos coragem para aproximarmo-nos do Criador do universo, não com medo, mas com a confiança esperançosa de um filho querido voltando para casa.

 

Citação poderosa

A Bíblia não precisa ser reescrita, mas precisa ser relida.

James H. Charlesworth
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